O balanço continua a trazer números cada vez maiores. Os devastadores sismos que atingiram a Turquia e a Síria, na segunda-feira, já causaram 25 mil vítimas mortais, das quais quase 22 mil foram contabilizadas apenas em território turco.
Mas a esperança ainda existe e as operações de busca e resgate continuam — mesmo quando os trabalhos não trazem boas notícias.
Para a equipa portuguesa que está em Antáquia, a esperança “nunca vai morrer” até à hora de desmobilização.
"Já passámos por muitos mortos, mas o objetivo é encontrar alguém com vida e resgatá-la", afirmava esta tarde à agência Lusa o comandante da operação portuguesa no terreno, José Guilherme.
Contudo, "a janela de tempo é cada vez mais fechada", já que, face aos dias que passaram, encontrar uma pessoa com vida no meio dos escombros seria "um milagre", lembrava ainda.
E o milagre acabou por acontecer. "Ao terceiro dia, a Força Operacional Conjunta portuguesa resgatou uma criança de 10 anos com vida, na localidade de Antáquia, região de Hatay, Turquia", lê-se no Facebook da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
Mas nem todas as histórias são assim. No meio da destruição, os portugueses cruzaram-se com Orhan Demir e a mulher, que pediam ajuda de forma insistente. Queriam que procurassem dentro de um prédio destruído, por haver uma luz ao fundo de um buraco.
Orhan procura a sua irmã e três crianças. "Há desespero e um sentido de urgência na voz do homem", descrevem os jornalistas da Lusa. Depois, quando tudo acalma, fica apenas a solidão e o choque. Mas nem assim se desiste de procurar a família. Pelo menos, para que haja um funeral.
Entre histórias como esta, a equipa portuguesa, que se divide entre membros da Proteção Civil, GNR e INEM, vai verificando ruínas, à procura de sinais de vida, com a preciosa ajuda de Red, Agra e Síria, três cães que conseguem entrar dentro dos escombros das casas e ladrar, caso encontrem alguém vivo.
Que continue a haver esperança.
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