O Governo francês anunciou hoje que "não prevê" uma nova doação de fundos para a agência das Nações Unidas de assistência aos refugiados palestinianos (UNRWA) durante o primeiro semestre deste ano.
Já depois de outros países, como Alemanha, EUA, Austrália, entre outros, terem congelado o apoio à UNRWA, agora foi a vez, neste domingo, da França assumir o corte no fornecimento.
“A França não prevê, atualmente, uma nova contribuição durante o primeiro semestre de 2024 e, num determinado momento, decidirá em parceria com a ONU e os principais doadores, desde que sejam cumpridos todos os requisitos de transparência e segurança”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros, em comunicado.
Qual a razão?
A UNRWA anunciou na sexta-feira que estava a investigar o possível envolvimento de vários dos seus funcionários nos ataques do Hamas de 7 de outubro, que causaram a morte de mais de 1200 israelitas e provocaram uma guerra em Gaza, que já custou a vida a mais de 26 000 palestinianos.
De acordo com uma declaração do Departamento de Estado dos EUA, as alegações dizem respeito a doze funcionários da UNRWA.
O chefe da UNRWA, Philippe Lazzarini, disse na sexta-feira que demitiu imediatamente os funcionários suspeitos de envolvimento "para proteger a capacidade da agência de prestar assistência humanitária" à Faixa de Gaza sitiada.
Qual a posição de Portugal?
Portugal ainda não assumiu um corte claro, mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros apelou à adoção de "medidas adequadas" e uma "investigação completa e rigorosa" às suspeitas de envolvimento de elementos da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA) num ataque a Israel.
"Reconhecendo o trabalho vital da UNRWA, Portugal associa-se à União Europeia e apela à adoção de medidas adequadas e a uma investigação completa e rigorosa", escreveu no X o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português.
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