“Já testámos [mergulhar] o vinho, as bebidas brancas, o mel, o azeite e só faltavam as cervejas”, explicou à agência Lusa o proprietário da Ecoalga, Joaquim Parrinha.
Segundo o empresário que gere a Adega do Mar, no Porto de Sines, o desafio partiu de um grupo alemão interessado em testar a evolução da cerveja artesanal no fundo do mar.
“Vamos mergulhar as garrafas até 12 metros de profundidade de forma a conseguir fazer algum acompanhamento da cerveja com os proprietários. Em princípio irão ficar durante seis meses a esta profundidade e, depois, consoante o produtor, vamos movimentar algumas caixas para zonas mais profundas”, indicou.
As cervejas vão ser divididas em dois lotes, sendo a maioria das garrafas submersa “na Adega do Mar, no Porto de Sines” e as restantes colocadas “em caixas de amostras” junto à Ilha do Pessegueiro, em Porto Covo, onde serão desenvolvidas atividades de enoturismo subaquático.
De acordo com Joaquim Parrinha, o grupo alemão mostrou interesse “na caracterização das garrafas” que vão repousar no fundo do mar durante dois anos, tendo disponibilizado a cerveja artesanal em “garrafas de vidro” e num material semelhante “à porcelana”.
“Como não há duas garrafas iguais vão tornar-se numa oferta única e exclusiva para os seus clientes” devido às “algas e à vida marinha que se fixa na garrafa, dando-lhe uma aparência única”, fazendo “a ligação com o mar”, salientou.
“[A cerveja] traz algum gás e estamos curiosos com o que irá resultar, uma vez que tivemos resultados extraordinários com os espumantes e os vinhos verdes”, frisou o responsável, acrescentando que o estágio das cervejas no fundo do mar poderá torná-las “mais macias” e “com traços marítimos”.
“É uma produção exclusiva da empresa para colocar debaixo de água e ser testada nestas condições e, de futuro, quando a tirarmos vamos ver se funcionou para voltar a repetir”, referiu.
Além da Adega do Mar, uma “concessão até 12 metros de profundidade” onde se realizam “eventos de enoturismo”, a Ecoalga lançou recentemente a Adega de Profundidade, onde podem ser submersas garrafas “até aos 40 metros” para “fazer uma avaliação” da evolução de cada casta.
“Daqui vai sair um doutoramento que vai justificar que até determinada profundidade, determinada casta tem melhor evolução do que a outras profundidades”, especificou.
Atualmente a Ecoalga gere uma adega de cerca de oito mil garrafas, de vários produtores, estando submersos espumantes, gins, vinhos branco, tinto e rosé, aguardentes, medronho, moscatel, rum, vodca e uísque.
HYN // VAM
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