O caso envolve um casal estrangeiro e o suspeito, de 59 anos, encontra-se em prisão preventiva desde a altura do disparo com uma arma de fogo sobre a mulher de 54 anos, que sobreviveu apesar ter sido atingida na cabeça.
O casal de comerciantes vive em Bragança há mais de 18 anos e terá sido na hora do jantar do dia 9 de abril de 2019 que ocorreu o disparo na sequência de uma alegada discussão entre os dois por questões financeiras, segundo a acusação do Ministério Público.
A mulher foi atingida na cabeça com uma pistola de alarme modificada, de acordo ainda com acusação, e foi hospitalizada, sem correr perigo de vida.
O indivíduo responde em Tribunal, num julgamento com recurso a tradutora, pelos crimes de violência doméstica, tentativa de homicídio e posse de arma ilegal.
Os dois casaram em 1999 e instalaram-se em Bragança dois anos depois como comerciantes.
A acusação concluiu que as desavenças começaram em 2002 por o arguido apostar dinheiro em jogos.
Segundo descreve, o casal agredia-se de forma mútua, física e verbalmente, mas o arguido valia-se da sua superioridade física "e do ascendente que tinha enquanto marido da ofendida", e molestava-a de forma mais intensa, "com murros e pontapés, nas zonas do corpo que conseguisse atingir".
A acusação refere que os filhos do casal, ainda menores, chegaram a presenciar as agressões, que ocorriam maioritariamente em casa, mas também na loja da família.
A mulher terá pedido o divórcio por duas vezes e voltou a ser molestada.
O Ministério Público apurou que, em 2018, os episódios de violência começaram a ser mais constantes, chegando a haver uma ameaça de morte, que deixou a ofendida "com medo". Um ano depois ocorreu o episódio envolvendo a arma de fogo que desencadeou o julgamento que começou hoje em Bragança.
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