A 15 de agosto, os talibãs conquistaram Cabul — concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO. A tomada da capital do Afeganistão pôs fim à presença militar estrangeira de 20 anos, por parte dos Estados Unidos e aliados, incluindo Portugal.

Com isto, muitos foram aqueles que tentaram sair do país. Depois de serem divulgadas imagens de aviões lotados e de multidões no aeroporto, chegam as notícias de que refugiados vão ser acolhidos em vários locais. O nosso país não é exceção: este sábado chegaram mais 37 afegãos.

Um primeiro grupo, de 18 pessoas, chegou ao aeroporto de Lisboa durante a madrugada em voo fretado e o segundo, de 19, aterrou em Lisboa, já hoje de manhã, num avião C295 da Força Aérea, informou o Ministério da Defesa Nacional. Mas não foram os únicos até agora: na sexta-feira já tinham chegado 24 cidadãos afegãos, o que faz um total de 61 refugiados em Portugal. E certamente não ficará por aqui.

Por parte de vários países, o episódio repete-se, entre a retirada de refugiados e de cidadãos das suas nacionalidades no Afeganistão:

Estados Unidos: A Casa Branca informou que os EUA retiraram 6.800 pessoas do Afeganistão nas últimas 24 horas em voos militares norte-americanos e da Aliança Atlântica.

França: Macron anunciou que o país já retirou 2.834 pessoas e está em conversações com os fundamentalistas talibãs e com o Qatar para continuar as "evacuações humanitárias" para lá de 31 de agosto.

Itália: Terminou hoje a operação de evacuação, que permitiu por a salvo 5.100 afegãos, número que segundo as autoridades colocam Itália como o país da UE com o maior número de afegãos retirados.

Reino Unido: A operação de retirada de civis no Afeganistão pelo país terminará hoje, antes da retirada militar, de acordo com o chefe das forças armadas britânicas, general Nick Carter.

O aeroporto de Cabul, palco de um atentado suicida que matou pelo menos 170 pessoas e deixou 150 feridas, começa assim a dar lugar a novos primeiros passos. Para muitos a esperança está nas asas de um avião, que os leva até um país onde podem recomeçar a vida.