Um porta-voz da polícia local indicou que esta estimativa tem em conta diferentes manifestações e marchas que decorreram desde manhã na capital catalã.
“Forças de ocupação fora! As ruas serão sempre nossas”, gritavam os manifestantes, que exibiam bandeiras separatistas, contestando a Polícia Nacional e a Guardia Civil, cujos agentes investiram no domingo contra cidadãos catalães que procuravam votar ou manter em funcionamento assembleias de voto para o referendo, que foi considerado ilegal pelo Tribunal Constitucional.
Para hoje foi também convocada uma greve geral, que deixou vários monumentos, incluindo a catedral da Sagrada Família, encerrados, o porto da cidade — o terceiro mais importante de Espanha — quase sem funcionar e as equipas do FC Barcelona sem treinar.
Várias estradas foram cortadas e o metro de Barcelona funciona com serviços mínimos, permitindo aos passageiros entrar sem pagar.
Os principais sindicatos tinham apelado para que os protestos paralisassem a região, com mais 7,5 milhões de habitantes e uma das mais ricas de Espanha.
Centenas de milhares de pessoas juntaram-se às manifestações de estudantes, de bombeiros ou de simples cidadãos, indignados com a violência de domingo e pela forma como o Governo central, chefiado por Mariano Rajoy, tem gerido esta crise.
A câmara municipal foi protegida por várias viaturas da polícia, dos agentes locais e dos bombeiros.
“A 01 de outubro, tivemos um país ocupado e eles ainda não se foram embora”, comentou à agência noticiosa France-Presse Maria Maura, uma professora de 56 anos.
As manifestações também se têm repetido junto aos hotéis onde os agentes das polícias nacionais estão alojados.
Esta situação de perseguição levou o ministro do Interior espanhol, Juan Ignacio Zoido, a acusar o governo regional de incitar os catalães à rebelião.
A intervenção policial para impedir a realização do referendo sobre a independência da Catalunha no domingo fez 893 feridos, segundo as autoridades regionais, mas apesar da repressão, 42% dos 5,3 milhões de eleitores conseguiram votar, e 90% deles votaram a favor da independência, segundo o governo regional da Catalunha (Generalitat).
A consulta popular foi agendada pela Generalitat, dominada pelos separatistas, tendo o Estado espanhol, nomeadamente o Tribunal Constitucional, declarado que a consulta era ilegal.
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