"'Quando' é um longo poema que não tem interrogação, mas que nos interroga. Que nos lembra a 'Senhora das Tempestades' [que o autor publicou em 1998] mas, aqui, com dez cantos, com os quais Manuel Alegre pretende dar-nos um testemunho", afirma a editora do Grupo LeYa, em mensagem enviada à agência Lusa.
"Um emocionante testemunho de vida, de mundo, de poesia. Nele o leitor é confrontado com a passagem do tempo: o tempo que passou, as vivências; mas também o tempo presente que é um tempo fechado; e ainda as várias pragas que tapam o horizonte, o tempo que há de vir. Aqui, nestas páginas, está a vida de todos nós. Na leitura destas estrofes encontramos referências a Homero, Virgílio, Dante, Camões e Shakespeare, mas também a Bob Dylan e a Mandela, à guerra colonial, a Estaline, ao Maio de 1968, até à América onde se 'twita'", prossegue a mesma fonte.
"Um texto de uma modernidade que impressiona e que nos leva a ver nele 'Os Lusíadas' [que Luís de Camões publicou em 1572], para o século XXI. Não estaremos a exagerar se afirmarmos que este será um dos grandes poemas da vida de Manuel Alegre", remata a editora.
Manuel Alegre, 84 anos, tem publicados 25 títulos de poesia. Em 2019 foi distinguido com o Prémio Vida e Obra da Sociedade Portuguesa de Autores, que, em 2008, lhe entregou a Medalha de Honra.
Em 2017, recebeu o Prémio Camões.
Em 1999, recebera o Prémio Pessoa.
O autor tem sido distinguido com diversos outros galardões, designadamente, o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (APE) e os prémios Fernando Namora e da Crítica Literária.
Cantado por Amália Rodrigues, Adriano Correia de Oliveira e Ana Sofia Varela, entre outros músicos, Manuel Alegre construiu uma extensa obra literária que inclui romance, conto, ensaio e ficção infantil.
O livro "Doze Naus" valeu-lhe o Prémio Dom Diniz da Casa de Mateus, em 2007. Em 2014, recebeu o Prémio Amália Rodrigues/Poeta.
Dois anos depois, recebeu o Prémio Vida Literária da APE e o Grande Prémio de Literatura DST, pelo seu livro de poesia "Bairro Ocidental".
Nascido em Águeda, no distrito de Aveiro, Manuel Alegre é licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra.
Cumpriu o serviço militar em Angola, no início da década de 1960, e foi preso pela PIDE, a polícia política da ditadura Estado Novo.
Durante a prisão, na Fortaleza de S. Paulo, em Luanda, escreveu grande parte dos poemas do seu primeiro livro, "Praça da Canção", publicado em 1965.
Em outubro de 1964 foi eleito membro do comité nacional da Frente Patriótica de Libertação Nacional, e fixou residência em Argel, onde trabalhou na emissora Voz da Liberdade.
Com o 25 de Abril de 1974 regressou a Portugal e filiou-se no Partido Socialista, tendo assumido as funções, entre outras, de vice-presidente da Assembleia da República, de 1995 a 2009.
Foi membro do Conselho de Estado.
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