"O investimento ferroviário de grande escala está de regresso ao nosso país", garantiu o ministro Pedro Marques, no dia em que passam 161 anos sobre a entrada em funcionamento do caminho-de-ferro em Portugal.
O governante afirmou que já está em andamento o plano de requalificação da Rede Ferroviária Nacional (Ferrovia 2020), com um orçamento de 2.000 milhões de euros, suportado em dois terços por fundos comunitário, realçando que "o investimento ferroviário vai acelerar de forma significativa" em 2018, mantendo-se numa rota de crescimento nos anos seguintes.
"Há muito tempo que não havia um investimento desta dimensão nas ferrovias", assegurou Pedro Marques, acrescentando que para além da requalificação da rede ferroviária atual serão criadas novas linhas, como a ligação Évora-Elvas, um investimento a rondar os 400 milhões de euros.
Pedro Marques afirmou que, desde a tomada de posse do Governo, têm sido feitos os estudos e lançados os concursos públicos que permitirão requalificar toda a rede ferroviária, pondo fim a um período de cinco anos sem investimentos significativos no setor.
O ministro anunciou ainda um investimento específico de 126,5 milhões de euros na manutenção e reabilitação de 2.600 quilómetros da rede ferroviária nos próximos cinco anos.
Até 2022 serão feitas intervenções de manutenção de via ferroviária, de catenária, em estruturas geotécnicas, entre outros.
No Luso, Pedro Marques visitou as obras de renovação integral de um troço de sete quilómetros da Linha da Beira Alta, incluindo a intervenção de drenagem do Túnel do Trezói (frequentemente alagado durante o inverno) a cargo da Infraestruturas de Portugal (IP).
A obra representa um investimento global de 5,8 milhões de euros, repartidos entre os 3,7 milhões de euros correspondentes ao valor da empreitada e os 2,1 milhões de euros relativos ao custo dos materiais a aplicar.
"A intervenção desenvolve-se entre a bifurcação do Luso e a boca de saída do Túnel do Trezói, concelhos de Mealhada e Mortágua, tem como objetivo a renovação integral da superestrutura de via existente, com a colocação de novos carris, travessas, fixações e balastros, assegurando a integração destes equipamentos no âmbito do projeto de modernização da Linha da Beira Alta", explicou Carlos Fernandes, vice-presidente da IP.
Este tipo de intervenções pontuais, que estão a ser feitas ao longo dos 200 quilómetros da linha, irão "permitir recuperar 22 minutos" de atrasos causados em cada viagem por diversos estrangulamentos de velocidade.
A modernização total da Linha da Beira Alta, que entrou em funcionamento há 135 anos, deverá arrancar em pleno em 2019, após a conclusão da modernização da Linha da Beira Baixa, e deverá custar perto de 700 milhões de euros.
A empreitada inclui a eliminação de todas as passagens de nível e a construção de uma nova "concordância" (ligação) entre a Linha do Norte e a Linha da Beira Alta, em Pampilhosa, que vai evitar que as composições vindas do Norte e com destino a Vilar Formoso façam um desvio de alguns quilómetros para sul, como agora acontece.
"Vai ser vital para o transporte de mercadorias dos portos de Leixões e Aveiro", resumiu Pedro Marques, acrescentando que um dos objetivos do seu ministério é aumentar a taxa de transporte ferroviário de mercadorias, que agora se cifra em apenas 4% da carga total transportada em Portugal.
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