O detentor do troféu está a defender desde as 20:30, no Estádio do Dragão, no Porto, a vantagem tangencial de 2-1 conquistada na semana passada no terreno dos minhotos, tentando chegar pela 33.ª vez à final da prova ‘rainha’, que já arrebatou por 18 ocasiões.
Sérgio Conceição igualou o recorde fixado pelo malogrado José Maria Pedroto em 4 de dezembro de 1983, quando se sentou pela última vez no banco do FC Porto numa vitória em Penafiel (1-0), com um golo solitário do guineense Bobó, para a 10.ª ronda da I Liga.
O ‘mestre’ despediu-se com 215 triunfos, 60 empates e 47 derrotas, distribuídos por três passagens (1966-1969, 1976-1980 e 1982-1983), e foi substituído pelo adjunto António Morais, devido à doença prolongada que viria a causar a sua morte, em janeiro de 1985.
O ex-avançado internacional português, de 48 anos, vai superar esses 322 encontros de Pedroto, que já assumiu ser a sua referência, na deslocação a Arouca, na segunda-feira, da 31.ª ronda do campeonato, e consumar uma terceira marca significativa em 2022/23.
Sérgio Conceição já tinha batido igualmente José Maria Pedroto como técnico com mais vitórias pelo FC Porto em 11 de janeiro, ao eternizar a goleada caseira aos arouquenses (4-0), nos ‘oitavos’ da Taça de Portugal, com o seu 216.º êxito em 300 partidas no cargo.
O conimbricense, que finalizou a sua formação no clube do coração e jogou pela equipa principal em duas fases (1996-1998 e 2004), somava até hoje 233 triunfos, 47 empates e 41 derrotas, com 697 golos marcados e 257 sofridos, para um aproveitamento de 72,6%.
Em 28 de janeiro, Sérgio Conceição isolou-se no topo dos treinadores mais titulados pelo FC Porto, que orienta desde 2017/18, ao destacar-se do ‘rei’ Artur Jorge com a sua nona conquista, após vencer a Taça da Liga face ao então bicampeão em título Sporting (2-0).
No Estádio Municipal Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria, os golos do canadiano Stephen Eustáquio (10 minutos) e do espanhol Iván Marcano (86) sentenciaram a decisão da 16.ª edição da prova mais jovem do futebol profissional luso, que os ‘azuis e brancos’ nunca tinham arrebatado, depois das finais perdidas em 2009/10, 2012/13, 2018/19 e 2019/20.
Esses últimos dois desaires já tinham sucedido sob alçada de Sérgio Conceição, que, à quinta participação na ‘final four’ da Taça da Liga, completou o seu palmarés individual e do FC Porto – vencedor de 30 edições da I Liga, 18 taças de Portugal, 23 supertaças Cândido de Oliveira e quatro do extinto Campeonato de Portugal – nas provas nacionais.
Antes de o emblema nortenho ser o sexto a erguer a Taça da Liga, o sucessor de Nuno Espírito Santo já tinha contribuído para a conquista de três campeonatos (2017/18, 2019/20 e 2021/22), duas taças de Portugal (2019/20 e 2021/22) e três supertaças (2018, 2020 e 2022), detendo agora pela primeira vez os quatro cetros nacionais de forma simultânea.
Esse percurso começou oficialmente em 9 de agosto de 2017, ao estrear-se na edição 2017/18 da I Liga com uma goleada caseira ante o Estoril Praia, por 4-0, com dois golos do maliano Moussa Marega, um do argelino Yacine Brahimi e outro do espanhol Iván Marcano, numa campanha em que os ‘dragões’ negariam um inédito ‘penta’ ao Benfica.
As épocas seguintes permitiram ao FC Porto chegar às nove ‘dobradinhas’ – duas abaixo das ‘águias’ e três acima do Sporting -, com o sétimo ‘triplete’ a surgir de maio a julho de 2022, após os consecutivos êxitos no campeonato, na Taça de Portugal e na Supertaça.
Em 2022/23, os nortenhos priorizam uma inaudita revalidação do cetro da I Liga na ‘era’ Sérgio Conceição, que permitiria ao ex-jogador isolar-se como único treinador a vencer quatro campeonatos pelo FC Porto, à frente dos três de Artur Jorge e Jesualdo Ferreira.
A desvantagem de quatro pontos do vice-líder para o Benfica à entrada para as últimas quatro jornadas dificulta a tarefa do FC Porto, que fixou durante a temporada passada os recordes de pontos numa edição da prova (91) e de mais rondas seguidas invictas (58).
Sérgio Conceição também comanda outras marcas do clube na Liga dos Campeões, tais como as de mais pontos numa fase de grupos (16 em 18 possíveis, em 2018/19) – a par de António Oliveira (1996/97) -, vitórias (20) e jogos (42), tendo sido eliminado por duas vezes nos ‘quartos’ ante os futuros campeões Liverpool (2018/19) e Chelsea (2020/21).
O antigo treinador de Olhanense, Académica, Sporting de Braga, Vitória de Guimarães e dos franceses do Nantes está vinculado ao FC Porto até 2024 e é o primeiro no ‘reinado’ presidencial de Jorge Nuno Pinto da Costa a cumprir mais de quatro épocas seguidas no banco do clube do seu coração, pelo qual já atuou em 411 jogos como atleta ou técnico.
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