“O destino era Genebra e estariam a 230 quilómetros do destino final”, disse à Lusa o secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, adiantando que o acidente terá tido como “causa mais provável” o gelo, por se tratar de um despiste, mas ressalvando a necessidade de aguardar pela realização do inquérito.
Os passageiros do autocarro com destino a Genebra eram todos emigrantes, segundo a mesma fonte, e três desses portugueses inspiram cuidados: “Esperamos que assim não aconteça, mas é possível que entre os feridos graves possa haver algum que não resista aos ferimentos”.
O acidente aconteceu às 04:30 locais (menos uma hora em Lisboa), sendo ainda “de forma oficial desconhecida” a transportadora rodoviária que assegurou o transporte dos emigrantes, segundo o governante.
O autocarro partiu de Portugal a caminho da Suíça e despistou-se na Estrada Nacional 79, na direção Mâcon-Moulins, num troço da RCEA (Estrada Centro Europa e Atlântico), conhecida por ser uma estrada perigosa.
“Neste momento [às 09:20] estamos em contatos consulares, quer com o consulado de Lyon, quer com o de Genebra, porque seria aí o destino. Estamos num processo ainda de identificação das vítimas mortais”, por forma a poder também mobilizar apoios às famílias das vítimas do acidente, acrescentou José Luís Carneiro.
Às famílias, o governante recomenda que contatem o consulado de Lyon e de Genebra, ambos a acompanhar o caso junto das autoridades francesas. “Mas mal estejam identificadas as identidades, os serviços do gabinete consular vão contatar as famílias e as autarquias das quais são oriundas estas pessoas”, explicou.
A edição ‘online’ da Creusot-Info, jornal local francês avançava inicialmente com a existência de cinco mortos, mas actualizou posteriormente a informação, informando que um dos passageiros teria tido um ataque cardíaco mas foi possível ser socorrido e reanimado.
O proprietário da empresa ‘Rota das Gravuras’, responsável pelo transporte, afirmou aos jornalistas que os passageiros são emigrantes e pessoas de férias que regressavam depois de terem estado em Portugal em visita às famílias. A bordo seguia um grupo de 13 pessoas do concelho de Penafiel, distrito do Porto, sendo as restantes de localidades do concelho de Vila Nova de Foz Côa, distrito da Guarda.
Narciso Ângelo contou que já falou com o filho, um dos dois motoristas que seguia no autocarro e que se encontra a realizar exames médicos, o qual lhe disse que a causa do despiste terá sido “o gelo que estava de madrugada na estrada”, acrescentando que o acidente ocorreu quando o veículo atravessava uma ponte.
O proprietário da empresa do autocarro revelou, ainda, que a bordo “seguiam, pelo menos, três a quatro crianças” com cerca de 10 anos, e que três das vítimas mortais são oriundas do concelho de Vila Nova de Foz Côa.
O representante do Estado no distrito de Saône-et-Loire Gilbert Payet acrescentou que “o acidente não resulta de um choque frontal” e que “mesmo se as condições de circulação eram difíceis [devido ao gelo], são as normais no período do inverno”.
Gilbert Payet disse ainda à Lusa que, além de quatro mortos, há três feridos muito graves - incluindo um bebé de dois anos - e 25 feridos mais ligeiros, tendo todos os feridos sido transportados para os hospitais de Mâcon, Paray-le-Monial e Roanne, no distrito de Loire.
Esta manhã, em conferência de imprensa, Gilbert Payet, precisou que o acidente ocorreu “por volta das 04:10” e que as operações de socorro envolveram a mobilização de 99 bombeiros e 45 veículos, assim como seis equipas médicas.
O chefe da polícia lembrou que o distrito estava em alerta laranja devido à previsão de neve e de gelo e pediu aos automobilistas para serem prudentes e para adaptarem a velocidade porque “os pisos estão escorregadios”.
Gilbert Payet acrescentou que a operação terminou e que o veículo foi retirado do local.
De acordo com o jornal Le Parisien, trata-se do acidente rodoviário mais grave em França desde março do ano passado, quando, na mesma estrada, 12 portugueses morreram na sequência de um choque frontal entre a carrinha em que seguiam e um veículo pesado.
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