A concentração decorreu em frente às instalações da Câmara Municipal de Lisboa (CML) nos Olivais e reuniu cerca de 40 pessoas, de acordo com trabalhadores contactados pela Lusa.
Um grupo destes funcionários entregou no departamento de higiene urbana da autarquia uma carta com as suas exigências e ameaçam parar a recolha do lixo se até às 20:00 de hoje não obtiverem esclarecimentos, disse à Lusa Fernando Torresão, um destes trabalhadores.
De acordo com Dário Lopes, outro dos funcionários, a concentração foi marcada pelas redes sociais por estes trabalhadores se terem apercebido de casos de covid-19 entre colegas, considerando que “os números não batem certo” e que “a parte grave é a ocultação de casos”.
“Nós sabemos que existem casos de covid-19 na Câmara Municipal de Lisboa e a CML está a ocultar-nos esses mesmos casos e nós, trabalhadores, estamos a trabalhar a medo. É complicado. (…) Não há testes, não se fazem testes a pessoas que eles sabem que estão contaminadas ou que estiveram perto dessas pessoas”, disse, sublinhando que “é uma questão de saúde pública” e da saúde dos trabalhadores.
Na carta entregue, a que a Lusa teve acesso, os trabalhadores exigem ainda a "higienização dos balneários e acessos após utilização de cada turno de colaboradores", o "reforço nos meios de higienização para as viaturas de recolha de resíduos urbanos", a "formação de equipas de trabalho fixas , bem como viaturas que fiquem a cargo dos mesmos motoristas" e sensibilização "para que as chefias ou portarias que estão encarregues de fazer o controlo de temperatura tenham consciência do equipamento e da sua devida utilização".
De acordo com este funcionário, trabalham na Higiene Urbana cerca de mil pessoas.
A Lusa questionou sobre este assunto o gabinete do vereador responsável pela Higiene Urbana, Carlos Castro, mas ainda não obteve resposta.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 433 mil mortos e infetou mais de 7,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.517 pessoas das 36.690 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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