Na missiva, que a CT enviou à comunicação social, a entidade justifica a sua estratégia com o que considera ser a “crescente degradação do serviço ferroviário” que é prestado.
“Não podemos esperar, sr. ministro, por um acidente com consequências trágicas”, escrevem os representantes dos trabalhadores da transportadora ferroviária.
“O diagnóstico está há muito feito: são necessários mais trabalhadores, são necessárias mais peças e equipamentos nos armazéns da EMEF; é necessária a reintegração imediata da EMEF na CP e, na sequência desta última, é igualmente urgente a reconstrução da direção de engenharia da CP”, lê-se na carta.
“As pessoas e o conhecimento ainda estão cá, como está a vontade de fazer bem, de estar à altura das justas expectativas dos nossos passageiros”, realça a CT da CP.
Os representantes dos trabalhadores garantem que “só a reintegração da EMEF na CP, aligeirando a cadeia de comando que vai do saber técnico […] ao saber oficial e de produção da EMEF, poderá garantir à CP a disponibilidade, fiabilidade e segurança do seu material circulante”, assegurando, assim, o cumprimento do serviço público.
A CT realça ainda que esta solução representaria “um enorme ganho económico”, mesmo tendo em conta os ajustamentos salariais necessários.
“Duas empresas umbilicalmente ligadas não podem funcionar como se se tratassem de cliente e fornecedor num mercado aberto e concorrencial”, lê-se na carta.
A entidade considera ainda que a situação atual, com um "crescente lucro da EMEF", faz-se graças a uma “crescente indisponibilidade do material circulante da CP, da degradação das condições de segurança e da qualidade do serviço”.
A CT termina a carta pedindo ao ministro que “atue com celeridade”.
Em termos consolidados, o grupo CP registou prejuízos de 106,3 milhões de euros, no ano passado, uma melhoria de 4% em relação a 2017.
O grupo, que inclui sociedades como a EMEF e Fernave, registou vendas e prestações de serviços de 298 milhões de euros, mais 4% do que em 2017.
A EMEF, por sua vez, conseguiu obter resultados líquidos positivos de 6,4 milhões de euros, um aumento de 7,5% em relação a 2017, enquanto o volume de negócios caiu 4%, para 69,2 milhões de euros.
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