O valor, cerca de 27,6 mil milhões de euros, foi anunciado pelo presidente do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Akinwumi Adesina, durante o seu discurso de encerramento no evento, que começou na quarta-feira e terminou hoje, no Senegal.
“Com determinação e resolução coletiva, trabalharemos em coordenação e parceria para ajudar os países a terem êxito. É verdadeiramente espantoso que em apenas dois dias tenhamos coletivamente conseguido tanto”, disse Adesina, citado pela agência espanhola de notícias, a Efe.
O Ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Segurança Alimentar do Senegal, Aly Ngouille Ndiaye, elogiou “as promessas feitas de 10 mil milhões de dólares do BAD e 20 mil milhões de dólares de vários outros parceiros para apoiar a transformação da agricultura africana através do estabelecimento de compactos nacionais”.
Entre estes parceiros está o Banco Islâmico de Desenvolvimento, que prometeu mais de 7 mil milhões de dólares, cerca de 6,4 mil milhõs de euros, em financiamento para projetos agrícolas ao longo dos próximos cinco anos em África, somando aos 11 mil milhões de dólares (10,1 mil milhões de euros) já investidos pela instituição no continente africano.
“A agricultura é o principal pilar do desenvolvimento; se não desenvolver primeiro a sua agricultura, África não terá excedente de alimentos, dinheiro e competências e seres humanos que farão avançar a economia”, disse Muhammad Sulaiman Al Jasser, presidente do Banco Islâmico de Desenvolvimento, durante o seu discurso na cimeira de hoje.
Adesina já tinha anunciado o compromisso do BAD de apoiar “compactos de garantia de alimentos e agricultura”, no valor de 10 mil milhões de dólares ao longo dos próximos cinco anos, na abertura do evento.
Os Países Baixos anunciaram também 450 milhões de euros para programas de segurança alimentar específicos na África subsaariana durante os próximos cinco anos.
Sob o tema “Alimentar África: Soberania e Resiliência Alimentares”, o fórum reuniu mais de trinta chefes de Estado e de Governo, bem como representantes de países ocidentais, do setor privado, agências da ONU e Organizações Não-Governamentais no Centro Internacional de Conferências Abdou Diouf (CICAD) em Diamniadio, a pouco mais de trinta quilómetros de Dacar.
O objetivo do evento era procurar soluções para o desafio da segurança alimentar em África e reforçar a resiliência a futuras crises.
Esta é a segunda edição da cimeira, após a realizada em Dacar em 2015, onde foi adotada a estratégia do BAD “Alimentar África: Estratégia para a Transformação da Agricultura em África (2016-2025)”.
O continente africano tem 65% das terras mais aráveis do mundo e recursos hídricos abundantes, com potencial para alimentar 9 mil milhões de pessoas no mundo até 2050, de acordo com o BAD.
Só as suas vastas áreas de savana estão estimadas em 400 milhões de hectares, dos quais apenas 10% são cultivados.
No entanto, com 249 milhões de pessoas, o continente alberga um terço da população mundial em situação de fome.
Segundo o BAD, com a eliminação dos obstáculos ao desenvolvimento agrícola e a ajuda de novos investimentos, a produção agrícola africana poderia aumentar de 280 mil milhões de dólares (258,2 mil milhões de euros) por ano para 1 bilião de dólares (922 mil milhões de euros) até 2030.
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