O Presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, anunciou na segunda-feira que quer reduzir o número de militares norte-americanos destacados no território alemão para 25 mil, em resposta, segundo caracterizou o próprio, a uma delinquência alemã ao nível dos gastos militares e numa tentativa de pressionar Berlim a aumentar as suas contribuições na Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
Apesar do anúncio de Trump, a embaixadora Kay Bailey Hutchison realçou que, neste momento, nenhuma decisão “concreta” foi ainda tomada em relação a essa retirada.
“Acredito que não haverá uma redução no compromisso dos Estados Unidos para com a Europa. Acho que está mais forte do que nunca", declarou a representante norte-americana, numa conferência de imprensa de antecipação da reunião de ministros da Defesa da NATO que irá decorrer por videoconferência na quarta e na quinta-feira.
De facto, prosseguiu a embaixadora, a presença militar dos Estados Unidos na Europa “aumentou e não diminuiu”, nomeando, entre outros exemplos, “os milhares de militares adicionais” que foram destacados para a Polónia.
Na segunda-feira, em declarações à imprensa, Donald Trump anunciou a intenção de reduzir o contingente norte-americano estacionado no território alemão e explicou os motivos.
“Até que paguem, vamos retirar os nossos soldados, cerca de metade, e ficarão cerca de 25 mil e veremos para onde vamos a partir daí, mas a Alemanha tornou-se uma delinquente. Por que razão devemos continuar a fazer o que fazemos se eles não vão pagar?”, afirmou o chefe de Estado norte-americano.
Trump explicou que atualmente estão 52 mil efetivos norte-americanos nas bases alemãs, um número que engloba cerca de 34.500 militares no ativo.
Os restantes efetivos são funcionários civis do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
Ainda na conferência de imprensa de hoje, a embaixadora dos Estados Unidos junto da NATO reforçou que, por enquanto, não existe um calendário ou plano definitivo sobre esta retirada, garantindo que Trump, segundo informações que a própria dispõe, encarregou o exército para “avaliar a estrutura das forças (norte-americanas) na Europa” e olhar para onde seria mais eficaz ter os militares “para melhor servir a dissuasão e a defesa de toda a Europa”.
“Muito disto está numa fase de avaliação, mas nada foi estabelecido", assegurou a representante.
Apesar de reconhecer a Alemanha como um parceiro “sólido”, um país que acolhe tropas norte-americanas “há muito tempo”, Kay Bailey Hutchison frisou que “está claro” que Berlim “deve fazer mais no campo da defesa".
E lembrou que a própria ministra da Defesa alemã, Annegret Kramp-Karrenbauer, e a chanceler alemã, Angela Merkel, já admitiram que o país deve aumentar os gastos militares.
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