“Enquanto os nossos combatentes na cidade de Manbech continuam a resistência para impedir a expansão dos ataques a oeste do [rio Eufrates], chegámos a um acordo de cessar-fogo em Manbech com a mediação dos Estados Unidos para garantir a segurança dos civis”, disse o líder das FDS, Mazlum Abdi.

Abdi indicou que o Conselho Militar de Manbech — integrado nas FSD e controlava a cidade situada no norte da província de Alepo — “que resiste aos ataques desde 27 de novembro, retirar-se-á da zona o mais rapidamente possível”, de acordo com um comunicado.

Também a Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham ou HTS), antiga afiliada síria da rede terrorista Al-Qaida que derrubou o regime do presidente Bashar al-Assad, anunciou que conquistou às FDS a cidade de Deir al Zur, no nordeste da Síria e capital da província com o mesmo nome.

O tenente-coronel Hasan Abdelghani, porta-voz militar da coligação liderada pelo HTS, garantiu que as forças rebeldes “tomaram o controlo total da cidade de Deir al Zur”.

Abdelghani indicou que os soldados continuam a avançar nos arredores de Deir al Zur, situada a leste do rio Eufrates, “depois de assumir o controlo do centro da cidade, bem como da periferia ocidental e oriental”.

Na terça-feira, as FDS tinham começado a retirar-se de Deir al Zur.

Na cidade, está o grupo fundamentalista Estado Islâmico (EI) e seguidores do regime que são semelhantes” ao EI, frisou Farhad al Shami, porta-voz das FDS, que acrescentou que esta é a razão pela qual “se retiraram”.

“Agora a situação está estável na população”, garantiu o porta-voz da aliança, apoiada pelos Estados Unidos, sem adiantar mais pormenores.

No sábado, o HTS anunciou que tinha entrado na cidade.

Na sexta-feira, as FDS tinham adiantado que o destacamento de unidades foram em Deir al Zur, depois da retirada do Exército Sírio e de milícias iranianas.

A aliança liderada pelos curdos sírios, e que também integra árabes e assírios, observou que a tomada da cidade foi realizada para a proteger de “grupos mercenários afiliados à ocupação turca”, em referência à coligação rebelde, na qual estão os rebeldes apoiados por Ancara, bem como devido ao receio de que o EI se reagrupe e se expanda por todo o território.

Os rebeldes declararam, a 8 de dezembro, Damasco ‘livre’ do presidente Bashar al-Assad, após 12 dias de uma ofensiva de uma coligação liderada pelo grupo islamita HTS, juntamente com outras fações apoiadas pela Turquia, para derrubar o regime sírio.

Perante a ofensiva rebelde, Assad, que esteve no poder 24 anos, abandonou o país e exilou-se na Rússia.

No poder há mais de meio século na Síria, o partido Baath foi, para muitos sírios, um símbolo de repressão, iniciada em 1970 com a chegada ao poder, através de um golpe de Estado, de Hafez al-Assad, pai de Bashar, que liderou o país até morrer, em 2000.