A ideia é “estratificar melhor os doentes, antecipando a sua evolução clínica”, esclarece João Tiago Guimarães, que lidera este projeto.
“Isto tem impacto para a saúde pública na medida em que, ao classificar melhor os doentes, podemos definir estratégias terapêuticas mais adequadas. Cada pessoa poderá beneficiar de uma abordagem mais personalizada e ajustada às suas necessidades clínicas”, afirma o médico e investigador.
Tiago Guimarães refere que “a ferramenta será construída na plataforma iLoF (intelligent Lab on Fiber) – uma solução validada, totalmente operacional, baseada em algoritmos fotónicos e inteligência artificial, que permite a deteção e identificação de bio-nanoestruturas em dispersões líquidas (por exemplo, no plasma sanguíneo) para medicina personalizada e de precisão”.
A plataforma iLoF, uma tecnologia patenteada desenvolvida pela ‘spin-off’ de mesmo nome e atualmente incubada no FMUP, permite “registar e analisar a impressão digital ótica resultante da interação do feixe de luz com determinadas bio-nanoestruturas, como as que se encontram especificamente desreguladas no plasma devido à resposta inflamatória ao SARS-CoV-2”.
É com base nesta informação que os investigadores pretendem estratificar melhor os doentes.
Além da FMUP, integram este estudo o Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), o INESC TEC e a ‘spin-off’ iLoF.
O projeto, intitulado “CAIRUS – COVID-19 Artificial Intelligence-based Risk Unified Stratification tool for clinical management”, recebeu um financiamento de cerca de 30 mil euros, no âmbito da RESEARCH4COVID19, um programa de apoio especial para implementação rápida de soluções inovadoras de resposta à pandemia de covid-19, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).
Portugal contabiliza 1.063 mortos associados à covid-19 em 25.524 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
Relativamente ao dia anterior, há mais 20 mortos (+1,9%) e mais 242 casos de infeção (+1%).
Das pessoas infetadas, 813 estão hospitalizadas, das quais 143 em unidades de cuidados intensivos, e o número de casos recuperados passou de 1.689 para 1.712.
Portugal entrou no domingo em situação de calamidade, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
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