"Efetivamente há uma vítima mortal a lamentar neste incidente", afirmou o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil, José Dias, realçando que "a maior preocupação [da operação] foi garantir a segurança dos operacionais.
A derrocada aconteceu cerca das 13h15 horas e atingiu a área da cozinha de um restaurante onde a jovem, com idade na casa dos 20 anos, era funcionária.
O estabelecimento situa-se junto à marginal da Calheta, numa extremidade da escarpa onde decorrem obras de consolidação por um período de três meses, até ao final de março.
A queda de pedras danificou também uma casa contígua ao restaurante e motivou o realojamento provisório de uma família composta por cinco adultos e um menor.
"Neste momento, não há condições de segurança de habitabilidade", indicou o presidente do Serviço de Proteção Civil.
As operações de resgate da jovem, que residia na freguesia da Ponta do Pargo, no concelho da Calheta, envolveram 53 operacionais dos Bombeiros Voluntários locais, dos Bombeiros Sapadores do Funchal e da PSP.
A família da vítima está a receber apoio psicológico facultado pela autarquia.
"A nossa primeira prioridade é cuidar das famílias, temos uma psicóloga da Câmara a acompanhar a família da vítima", disse o presidente da Câmara Municipal, sublinhando que a escarpa da marginal tem "dado muitos problemas" ao longo dos anos.
Os trabalhos na escarpa motivaram o encerramento temporário dos restaurantes da Marina da Calheta, mas o que foi atingido este sábado continuou a funcionar normalmente.
O proprietário, Manuel Jardim Barbosa, disse à agência Lusa que não compreende porque o projeto de consolidação da escarpa não incluiu também aquela área, afirmando que avisou as autoridades, mas "não fizeram nada".
O secretário regional do Equipamento e Infraestruturas, Amílcar Gonçalves, disse, no entanto, que "a versão do proprietário não corresponde minimamente à verdade".
Em declarações à comunicação social no local, o governante indicou que em 2012, quando foi feita a primeira intervenção, o proprietário "opôs-se veementemente" a qualquer intervenção na zona e obstaculizou todos os procedimentos de expropriação e de aquisição da propriedade
Amílcar Gonçalves realçou que isso "inviabilizou por completo a intervenção na escarpa" naquela área.
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