A Zero junta-se com este apelo à campanha europeia Coolproducts e à federação europeia ECOS, da qual é membro, considerando que “está na hora da Comissão Europeia” tomar esta medida para permitir que os consumidores saibam que estes aquecedores são “um produto da classe G”, os menos eficientes.
“A verdade sobre os aquecedores elétricos é tão clara quanto feia: eles consomem grandes quantidades de energia, causam picos de eletricidade no inverno e são altamente ineficientes”, sublinha a associação em comunicado.
Para os ambientalistas, os aquecedores elétricos devem ser incluídos no âmbito do Regulamento (UE) 2015/1186 sobre etiquetagem energética, que atualmente não cobre 71% do grupo de produtos.
“Os consumidores não são informados sobre o fraco desempenho dos aquecedores elétricos portáteis, que ainda podem ser comprados por preços muito baixos (cerca de 20 euros) e podem cumprir a legislação apenas com um simples controlo mecânico do termostato”, defendem.
No contexto da emergência climática, sustentam, “não podemos mais permitir que tecnologias tão ineficientes sejam colocadas no mercado nesta escala e sem uma informação adequada para os consumidores”.
Segundo a Zero, converter eletricidade em calor através de uma resistência é a “maneira menos eficiente” de usar energia para produzir calor de conforto, contribuindo para “sobre dimensionar as redes elétricas com centrais térmicas flexíveis e poluentes que queimam combustíveis fósseis”.
“Devendo a prioridade estar no isolamento dos edifícios, no que respeita à climatização ativa, os aquecedores elétricos são uma das formas mais populares de aquecimento na União Europeia pelo seu baixo custo de aquisição, embora outras alternativas, como bombas de calor, sejam muito mais eficientes”, salienta.
A Zero adianta que está prevista a venda de 18 milhões destes equipamentos em 2020 e cita os dados de vendas mais recentes disponíveis para Portugal que apontam para a venda de mais de 600 mil radiadores elétricos em 2016.
“Os aquecedores elétricos portáteis (aquecedores a óleo, termoventiladores, entre outros) representam a maior parcela de equipamentos considerados para aquecimento do ambiente local e onde há um maior potencial de economia de energia”, vinca a associação no comunicado.
A Zero, a ECOS e a federação europeia de associações de ambiente EEB apelam ainda às instituições europeias que adotem “requisitos mais rigorosos de design ecológico para os aquecedores elétricos”, implementando controlos mais avançados como termostato eletrónico de alta precisão, controlo noturno automático, controlo de presença, deteção de abertura de janela, temporizador semanal ou auto programação inteligente que detete padrões de necessidade do utilizador (para modelos fixos).
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